+ Valores na Administração

Administrando no Século XXI

Em recente dinâmica no MBA de Gestão de Negócios

Posted by Sidnei em 06/04/2011

            Em recente dinâmica no MBA de Gestão de Negócios, o Mestre das finanças, nosso professor Fabrício, nos colocou em uma situação que me fez lembrar muito a situação das mortes das empresas. A dinâmica se baseava em dividir a turma em cinco grupos, e cada grupo recebeu a mesma quantia em dinheiro para investir em produções cinematográficas, e a cada estrela que você colocava no filme mais dinheiro o grupo desembolsaria, sendo que esse número varia de um a cinco estrelas. E ainda tinha o fator “sorte”, onde era jogado um dado e o número seria multiplicado dentro de uma fórmula para saber se obteve lucro com aquele filme. Ou seja, você poderia investir muito dinheiro num filme colocando estrelas, mas poderia não ter retorno sobre o investimento. Muito bem, logo na primeira rodada um grupo teve sorte e faturou muito, deixando os demais para trás. E foi assim até a penúltima rodada, num total de cinco. Vários comentários desse grupo eram registrados pela turma, como: “não precisamos jogar mais!”, “iremos ficar uma rodada sem jogar!”, “alguém quer dinheiro emprestado?” e por aí vai, numa total arrogância e desprezo pelos outros. Estando o meu grupo muito abaixo, decidimos apostar todo o nosso dinheiro, era tudo ou nada!Mas como o fator “sorte” os ajudou nas primeiras jogadas, na última os abandonou totalmente. E numa virada incrível o seleto grupo dos arrogantes ofereceu o primeiro lugar para a gente, e o que foi bem aceito. Simplesmente menosprezaram todo o resto da turma e acabaram ficando em segundo plano.

image

Mas o que eu quero trazer é o exemplo do mundo circunscrito das paredes nessa dinâmica e o que acontece fora de sala. Empresas que se encontram em um patamar muito confortável e tratam o mercado, concorrentes e stakeholders a seu bel prazer. Experiências como essas podem ser muito bem encontradas no Best Seller de Jim Collins: Como as gigantes caem. Autor do também Best-seller Empresas feitas para vencer, ele descreve nesse livro cinco etapas do declínio corporativo. E a primeira delas se denomina: O excesso de confiança proveniente do sucesso. Também chamado de Desprezo Arrogante! Na prática já aconteceu com muitas empresas e descrevo aqui o acontecido com a Motorola.

clip_image001[5]clip_image001Alguém se lembra pelos anos de 1995 o famoso celular da Motorola: StarTAC, com seu design elegante? Era um sucesso no Brasil. E ao mesmo tempo foi instrumento de uma queda quase mortal para a empresa. O StarTAC usava tecnologia analógica justamente quando as operadoras de telefonia sem fio começavam a demandar tecnologia digital nos Estados Unidos. E como a Motorola reagiu a isso? Simplesmente negou a “ameaça digital”. Usou práticas agressivas com as operadoras de telefonia móvel: Se vocês quiserem o incrível aparelho StarTAC, 75% dos seus telefones tem que ser Motorola, com vendedores exclusivos, dizia o pessoal da Motorola. O que não foi aceito pelas empresas de telefonia móvel. A arrogância da Motorola abriu espaço para a concorrência, e ela caiu de fabricante número 1 de telefones, tendo mais de 50% do mercado, para apenas 17% em 1999. No começo do ano 2000 a Motorola tinha 147 mil empregados, no fim de 2003, o número caíra para 88 mil.

São exemplos como esse que demonstram claramente, que quando a empresa começa a se sentir confortável em ditar as regras do jogo, aí pode estar o principio do fim. Por competências e reestrutura a Motorola voltou ao mercado, mas nunca como foi na década de 90.

Os outros estágio comentaremos nas próximas semanas.

Uma resposta to “Em recente dinâmica no MBA de Gestão de Negócios”

  1. SIDNEI said

    O poder mal controlado gera arrogancia nas organizações ou nas pessoas e isto é o primeiro passo para a queda, pois a arrogancia não aceita críticas ou conselhos.
    Sidnei.

Deixar mensagem para SIDNEI Cancelar resposta